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I FEEL LIFE LIKE A CIRCUS OF LIES 

performance, 2008

plano B, Porto, Portugal

 

I Feel Life Like a Circus of Lies situa-se no universo circense, um mundo de saltimbancos e acrobatas, de freaks , um mundo de nomadismo, não regulado, não institucionalizado, integrando inúmeros elementos de um paradigma arcaico, experimental, de tendência para o concreto, vivencial, de implicação do próprio corpo, suporte privilegiado do processo vital.

 

O circo pode ser visto também como o local onde se amalgamam o conjunto de materiais da psique, um domicílio onde podem emergir de modo aparentemente lúdico os conteúdos das diversas instâncias da psique, do consciente (ego e persona), do inconsciente pessoal e do inconsciente colectivo.

 

O circo é um campo de concretização de prodígios: o homem que domina a fera, por exemplo, não é senão o herói que domina o seu próprio instinto, tal como o homem que engole e cospe fogo é o herói que atingiu o domínio do ‘fogo interior’, estágio evoluído da interiorização do sacrifício do instinto; o acrobata é aquele que adquiriu mestria sobre o uso do corpo, o trapezista é aquele que concretiza a aspiração mítica do voo representando esse simbolismo ascencional - entre outras imagens arquetípicas que podemos encontrar nos números do espectáculo do circo. Um mundo onde não intervêm os valores do intelecto racional, da cultura institucional, erudita, formal, escolástica, mas um saber que está incorporado e que se mostra pelo uso do corpo, de modo experimental, e manifestando uma consciência incorporada que desce aos estratos mais profundos do inconsciente colectivo para aceder a essas experiências humanas primordiais.

 

O circo é transdisciplinar na sua aparelhagem e protocolo, nas suas técnicas, linguagens e meios; é ainda multissensorial, apela a todas as modalidades sensoriais; e é efémero, o circo é um evento.

Suzana Vaz

 

I Feel Like a Circus Life of Lies is located in the circus world , a world of jugglers, acrobats and freaks, a nomad world, unregulated, non-institutionalized, that integrates several elements of an archaic paradigm, that is experimental, tends to the concrete, to the experiential, that implies one’s body, a privileged support of the vital process.

 

The circus can also be seen as the place where the whole materials of the psyche amalgamates, a household where it can emerge, in a seemingly playful mood, the contents of the various bodies of the psyche, of the conscious (ego and persona), of the personal unconscious and of the unconscious collective.

 

The circus is a field of realization of wonders: the man who dominates the beast, for example, is no less than the hero who rules his own instinct, as the man who swallows and spits fire is the hero who reached the domain of the ' inner fire ', an evolved stage of internalization of the sacrifice of instinct, the acrobat is the one who has acquired mastery over the use of the body, the trapeze artist is then one who embodies the mythical aspiration of flight representing the symbolic ascension – examples among other archetypal images that we can find in the circus show. A world where the values ​​of rational intellect do not intervene, neither does the institutional culture, scholarly, formal or scholastic, but a knowledge that is embedded and that is shown through the use of the body, in an experimental way and manifesting an embedded consciousness that descends into the deeper strata of the collective unconscious in order to access those primal human experiences.

 

The circus is trans-disciplinary in its component and protocol, in its techniques, languages ​​and media, it is also multisensory, appealing to all sensory modalities, it is ephemeral, the circus is an event.

 

Suzana Vaz

interpretação Alexandre Osório assistência de direcção Cristiana Rocha e Ada Pereira da Silva cenografia e adereços Susete Rebelo figurinos Alexandre Osório vídeo Eva Ângelo luz Cláudia Valente sonoplastia Rudolfo Sá Pereira / Pedro Lima design gráfico R2 design produção Cassiopeia

colaboração e acompanhamento Cristina Grande, Isabel Alves Costa, Suzana Vaz e Cristina Farinha

projeto financiado por Direcção Geral das Artes/ Ministério da Cultura apoio Jovens Artistas Jovens / Centro Cultural de Belém e Centro Cultural de Vila Flor, Plano B

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